sábado, 22 de março de 2014

Green Flash em San Diego

Finalmente em casa! Voltamos depois de um tempo de 1 mês e meio longe de casa, da cidade, do país!
Trazemos na mala mais lembranças do que presentes. 
E uma destas lembranças do nosso período em San Diego foi um momento lindo e mágico, pelo qual eu nem mesmo esperava.
Primeiro dia em San Diego. Fomos ao ponto mais clássico, píer em Pacific Beach, cartão postal da cidade, assistir ao também clássico pôr-do-sol no mar. Fazia frio e eu comprei um chocolate quente com menta e brownie de chocolate para acompanhar. Naquela tarde, o sol se foi dando um belo espetáculo, com direito a golfinhos bailando na água. Todos aplaudiram (inclusive Abeille). E ao final, um pai comentou com os filhos: "No green flash today."
Fiquei curiosa a respeito do que seria o tal green flash. Um fenômeno, provavelmente, mas quando, com que frequência, como? No dia seguinte, vi ainda uma lanchonete com o mesmo nome. A notícia estava mais quente. Se havia um estabelecimento chamado Green Flash, era algo conhecido na região. 
Durante os próximos dias, assistimos a quase todos os pôres do sol, esperando ver alguma coisa diferente que nos parecesse o tal green flash. Mas, fora o espetáculo de cores quentes, nada de luz que lembrasse verde.
Conhecemos alguns moradores da cidade e questionamos sobre o fenômeno. Ninguém nunca viu e sugeriram até mesmo tratar-se de um mito. Esperamos um pouco mais. Uma menina nascida em San Diego disse já ter visto. Que era um pequeno ponto verde, logo depois que o sol se punha. Sim, era raro acontecer. Ficamos satisfeitos com a explicação. Ao menos descobrimos a respeito deste fenômeno que deve instigar e excitar os expectadores do astro rei. 
Pois no último entardecer, resolvemos assistir ao espetáculo especialmente em um ponto privilegiado de San Diego chamado Sunset Cliffs. Um parque à beira-mar com uma vista magnífica sobre o costão da praia. Era uma tarde destas perfeitas, com poucas nuvens e um sol brilhante. Esperamos o momento e o sol desceu laranja. Foi sumindo lindamente no oceano, formando um cálice de fogo na água. E ao sumir, nos presenteou com um expresso raio verde, que surgiu e desapareceu em uma fração de segundos. Não acreditamos! Era o green flash, o mito, o místico, aconteceu bem ali, diante de nossos olhos. Com que frequência isso ocorre? Não sabemos. Mas ele piscou para a gente. No último dia de nossa viagem, dando seu adeus de uma forma tão especial. 
Nossa surpresa foi maior que a dimensão do ocorrido e nos sentimos agraciados pela natureza e suas surpresas, em qualquer canto do planeta. 
Onde há tanto consumo, tanta tecnologia, tanto excesso, tanto desperdício, ali está ainda a manifestação mais sincera do que é essencial, do que é verdadeiramente simples e belo. Um pequeno ponto de luz esmeralda, sem registros fotográficos, que ficará para sempre em minhas lembranças.

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