Alternativo mesmo

Quando tem criança é assim. Inventei hoje de fazer a receita de um bolo alternativo, que a minha irmã me passou. Sozinha em casa com bebê de 4 meses tem que planejar como a coisa vai sair antes de ir pra cozinha bater massa. E não é por prazer. É fome mesmo.

Daí que prendi a criança na cadeirinha, dei um mordedor gelado (porque ninguém me falou disso antes?) e parti imediatamente pra alquimia das bananas, ovos e farinha. Só tinham dois ovos e a sorte é que nenhum estava podre. Abeille começou a bater as pernas vigorosamente. Eu sabia que o berreiro estava por vir.  Tinha pouco tempo. Abri os ovos, separei as claras e fui atender a porta. Não esperava ninguém. Mas era a vizinha me trazendo um laço extravagante cor de rosa. Abeille não fica bem de laço. Nem de rosa. Voltei para minhas atividades e estava lá uma gema dentro da xícara. Uma? Como assim, não deviam ser duas? Então me dei conta. Na pressa, joguei uma das cascas com gema no lixo. Não tinha jeito, precisava resgatar. O ovo descansava sobre uma fralda cagada. A gema lá dentro. Era uma questão de sobrevivência. Peguei o ovo vitoriosa e despejei seu conteúdo amarelado na tijela.  Consegui a tempo bater a massa, enfiar no forno e finalmente atender às solicitações da criança faminta. 

O bolo? Sim, ficou bom. E fez jus ao nome. Alternativo mesmo.