domingo, 8 de junho de 2014

Desatadora dos Nós

Estava para escrever esse post há um tempo. Achei que seria uma boa oportunidade de divulgar os milagres da Santa, conforme eu havia prometido a mim mesma.
Devo dizer que não sou ligada a nenhuma religião específica. Gosto de encontrar o meu deus quando estou perto da natureza. Ou mesmo em lugares inusitados, como acontece algumas vezes. Quando os pássaros passam em bando acima de minha cabeça, costumo acreditar que é um bom sinal. Uma mensagem do universo para mim.
Mas teve uma vez em que desejei muito ir morar em uma cidadezinha litorânea. Num paraíso chamado Armação dos Búzios. Resolvi então fazer um concurso para a prefeitura. E ainda por cima, estava em busca de um trabalho. Ia unir o útil ao agradável, literalmente. Na época da inscrição, fui até lá (ainda não era comum abrirem inscrições pela internet) e passei na igreja matriz de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Ali tem uma capela de pedidos e eu fiz o meu (passar no concurso, obviamente). Passei, e em primeiro lugar! E fui viver por lá.
Muitos anos depois, aqui em Serra Pelada, tivemos um problema sério com funk em frente de casa. Todo Domingo, rolava um batidão que tremia as esquadrias do nosso micro apê. Rafa rodou todos os departamentos da prefeitura, tentou todos os seus contatos, de policial a vereador, ministério publico e o escambau. Nada resolvia. Discutíamos todo final de semana, pois a música desde as 2 da tarde nos deixava com os nervos à flor da pele lá pelas 10 da noite. E todo mundo sabia do nosso drama, dos amigos ao padeiro. E foi este último que uma vez soltou a resposta para nosso problema: "Cara, não se envolve com essas coisas, que aqueles caras são barra pesada... Isso aí, você entrega pra Deus." Foi o que me deu o estalo. Entregar para Deus! Sim! Não tínhamos mais a quem recorrer. E foi aí que eu me lembrei da santa Desatadora dos Nós. E pensei: "É ela! Preciso voltar lá!"
Então eu fui. Não foi sacrifício voltar ao meu pequeno paraíso, quintal de minha casa. Fui até a capela com meu papelzinho na mão e pedi. Pedi o retorno da paz e o fim da barulheira. Que fizessem a festa deles, mas em um lugar não residencial.
Durante umas duas semanas, as festas continuaram acontecendo. Depois a feequência diminuiu. O som foi ficando mais baixo. Até que há pouco tempo, estava almoçando num Domingo, ouvindo a paz do som dos passarinhos e me dei conta de que já tem uns 4 meses que não rola o batidão. Acabou de vez, está resolvido. A serenidade que eu senti anunciava. Era coisa dela, da Nossa Senhora. Meu pedido foi atendido mais uma vez. E lembrarei de voltar lá para agradecer. 

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