quarta-feira, 28 de maio de 2014

Com um sorriso nos lábios

Quando engravidei da Abeille, minha idéia fixa era poder sair do meu emprego, que me consumia muitas horas diárias, para cuidar do meu bebê em tempo integral, até que ela estivesse segura para dar seus primeiros passinhos em direção ao mundo. Isso principalmente porque moro longe da família e não teria com quem deixar a minha pequena.
Para isso, fiz um enxoval muito básico e evitei comprar roupas especiais para gestantes. Gastei o mínimo necessário durante o período de gestação e de licença e depois me permiti parar durante um ano aproximadamente. 
Agora, resolvemos levá-la para a creche. Para pensar melhor em como retornar ao mercado de trabalho, eu precisava de tempo. Eu precisava de alguém que me ajudasse com o bebê durante a semana. Além do mais, em breve, pretendo estar trabalhando e é melhor que ela esteja adaptada a este novo mundo quando eu começar a ter compromissos fora de casa. 
Durante cerca de um mês, eu a acompanhei na creche, numa adaptação prolongada e quase sem sucesso ao longo das semanas. Depois deste tempo, tive que passar a entregá-la diretamente no colo das tias e sair fora, sem mais delongas, ouvindo o choro de minha filha que me cortava o coração. Várias vezes, deixei que ela ficasse comigo em casa. Outras, ia buscá-la duas horas após deixá-la na creche. Ficava no hall de espera aguardando ansiosa que ela aparecesse com os olhinhos vermelhos de quem estava chorosa. Ouvia sempre a mesma desculpa: "Começou a chorar agora!". Agarrava a minha filha e me culpava mil vezes por deixá-la num lugar estranho.
Hoje, quase dois meses depois, tive uma surpresa. Dentre outros pais ansiosos vi surgir a minha Abeille no colo da tia. Ela estava com um casaquinho de moletom e uma cara de moleca, sorridente. E ainda nem tinha me visto. Estava sorrindo para outras pessoas! Meu coração se encheu de alegria! Minha filha hoje se divertiu na creche! Não sei como foi o dia dela. Ela já tem as próprias experiências, independente de mim. Mas estava feliz e é isso que importa!
Eu a coloquei na cadeirinha, no banco de trás do carro e ela veio dançando e batendo palminhas. Depois adormeceu, exausta. Eu mexi no retrovisor para ver como estava. Dormia com um sorriso de quem teve um dia divertido. Sorri também, por dentro e por fora.
Acho que meu bebê está começando a se lançar no mundo!



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