sábado, 30 de janeiro de 2021

O Verão das Andorinhas

 Não sei bem precisar a partir de quando comecei a identificar as estações do ano. Talvez a maturidade tenha ampliado a minha capacidade de percepção das coisas. Ou porque o clima na cidade onde moro é, como disse uma amiga do trabalho, "bem temperadinho, né?". O fato é que com o passar dos anos, fui percebendo e admirando cada vez mais amiúde a repetição dos fenômenos da natureza, quase como um ritual sagrado que não pode deixar de acontecer e de se fazer perceber em minha vida. A mudança das estações já faz parte de mim.

Por isso é que resolvi escrever essa série das estações do ano. Cada uma delas será escrita na estação referente, o que será um projeto de médio prazo para ser alcançado!😋

O verão começa marcado pelo vôo das andorinhas nascidas na primavera. No início, em Dezembro, elas estão titubeantes, com um vôo desengonçado, e é comum caírem no quintal ou dentro de casa, perdidas de seu trajeto. Em março, já adultas, ou quase isso, voam todas em bandos, fazendo reviravoltas, dando um belo espetáculo, principalmente no centro da cidade, onde há grandes árvores centenárias que as abrigam.

No início, os dias são marcados por uma chuva fina, que vai cedendo gradativamente e dá a vez aos dias quentes e secos e noites deliciosamente estreladas, sem vento. Aí as cigarras começam a cantar. É quando nos dispomos a ir caminhando até a praia para ver a lua nascer do mar, gigante e amarelada. As manhãs quase nos empurram para fora, como se fosse necessário extrair o melhor disso tudo, viver plenamente alguma coisa (que no entanto continua lá e vai continuar sempre). Os encontros se tornam mais frequentes. Amigos, família, desconhecidos, banquetes e sorrisos. A praia com crianças deve começar antes das 6 e acabar antes das 9 da manhã. O mar se aquieta para nos deixar entrar. Com o tempo, o calor vai ficando cada vez mais insuportável e o vento, muito escasso, até que o céu não se aguenta mais e desaba em forma de chuva de uma só vez, alagando toda a cidade. 

Em casa, é tempo de florirem as bromélias encontradas no chão, aquelas que dão em árvore e caem com o vento (ouvi falar que se chamam Tilândsia), formigas grandes fazendo ninho dentro dos armários e das portas ocas, cochonilhas empesteando a jabuticabeira e a pata-de-vaca (essa sempre parecendo muito doente pelo calor que a acomete). A terra seca voa e faz uma poeira fina constante na varanda da frente, o sol entra pelo quarto à tarde sem pedir licença, enquanto pelas janelas nascentes o vento (em dias em que há vento) tenta refrescar pelos corredores. Trocamos o café da tarde pelo chá preto gelado, as sopas pelas saladas cruas. Abacaxi, pêssego, pêra williams e melancia. Enchemos uma piscina plástica, tomamos banho frio do lado de fora e lavamos os cabelos todos os dias. 

Ele (o verão) parece chegar como um sopro de alegria, um alívio não sei de que e depois, tal qual uma visita que se estende por um período muito prolongado, torna-se excessivo, folgado, barulhento. Por ora, estamos em Lua de Mel.




segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Boca da Barra

 Na foz do Rio das Ostras, numa tarde de Domingo.

Ali o sol se põe nas tardes de verão, compondo um cenário incrível!





segunda-feira, 2 de março de 2020

Gabo: Um livro e um documentário

Há algumas semanas comecei a ler "Cem anos de solidão", leitura iniciada há mais de dez anos e interrompida pelo sumiço do livro, que nunca mais voltou.
Agora, em posse de novo exemplar, me deixo embalar pela história fantasiosa de Macondo e dos Buendía, desejando a cada intervalo ter ainda mais tempo, para que pudesse devorá-lo em um dia só e ao mesmo tempo poupando as páginas para que possa prolongar o prazer de preciosa leitura.
Garcia Márquez me parece um gênio entendedor das mazelas e dos desejos da humanidade, um psico-antropo-sociólogo + filósofo com um misto de Zaratustra.
Neste fim de semana, sem querer, me deparei com o documentário Gabo, sobre sua vida, sobre a criação de seus livros e sua ascensão como escritor. Uma feliz coincidência!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Show do ano: Titãs

Outro dia, inspirada na série do projeto "100 em 1" do blog Parafraseando com Vanessa, pensei se eu também daria conta de cumprir aqui no blog este desafio. Mas como já estou na função de atualizar meus eventos semana a semana, resolvi incluir os passeios mais bacanas de 2020 nas postagens de "A semana".

Aqui é comum um aumento na quantidade de eventos culturais ofertados no verão, devido ao alto fluxo de turistas. Esse fim de semana, fomos surpreendidos por este show irreverente: Titãs. Não só pelas músicas que marcaram época, mas pela performance dos músicos que continuam agitando a platéia. O som, a voz, a energia, a iluminação... 

1 hora e quarenta minutos de música de qualidade à beira-mar, numa noite quente, ao lado de casa. Uma banda que atravessou gerações e continua atual, que, neste Domingo quente e chuvoso, sacudiu o público com milhares de pessoas de todas as idades. Foi, para mim, como um sopro de vitalidade que me encheu de ânimos, como uma poesia bem escrita que transforma e põe a refletir sobre a maravilha de viver. Merece o registro! 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

A semana 4 / 2020

Ontem à noite chovia. Eu aproveitei o silêncio da noite, aquele momento a sós, comigo mesma para deitar na rede e ouvir o barulho bom da água caindo do céu. Para mim é coisa meio sagrada mesmo. Pouco depois, quando a chuva já estiou, passou o apito do guarda que circula de bicicleta.

- Priiii! Priiii!

Vai saber porque, mas eu adoro esse som, desde criança. É como se partilhasse daquele momento insone com mais alguém que faz a ronda lá fora, espantando os intrusos, os pensamentos alheios, tudo misturado, dentro e fora, aqui e lá. 

domingo, 26 de janeiro de 2020

A Semana 3 / 2020


Não tomei notas dos filmes ou de trechos de livros.
Mas assisti a dois bons filmes. Um brasileiro, outro argentino.
Não fotografei as minhas receitas.
Não li jornais e nem fui a museus.
Fiz pão que deu certo (uhuuu!)
Fiz picolé de frutas e merengue com a minha abelhinha.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

A Semana 2 / 2020






Lá em Barra...
A semana teve praia, bons dias de praia.  Que não é novidade na rotina, especialmente nas férias de verão. Mas o encontro com esse mar que eu chamo de "quintal", que nos é familiar foi especial, como sempre é, quando voltamos de um período longe de casa. É o reencontro com o que é parte de nós e que ainda consegue nos proporcionar tantas surpresas agradáveis.
Antes disso, ainda no começo da semana, visitamos Barra do Jucu / ES. O mais especial foi o almoço em família, num inusitado restaurante à beira do rio: Espera Maré, que nos surpreendeu pela comida e pelo charme na decoração. Até me inspirei em um cantinho do lavabo e copiei aqui em casa.

Aqui em casa.













Para fechar, ontem, já em casa, depois de um mergulho na Praia do Pecado, teve encontro com amigos, café da manhã com bolo indiano e troca de receitinhas naturebas.

Desodorante caseiro:
Uma colher de sopa de bicarbonato de sódio
Uma colher de sopa rasa de álcool 70
Misture até formar uma pasta, que pode ser guardada em um recipiente com tampa.